terça-feira, 9 de junho de 2009

Deixe Ela Entrar


A fascinação por uma cena de cinema vem basicamente por um elemento: construção. Não há nada mais estimulante, particularmente, do que assistir a uma cena bem construída, sair da sessão com aquela sensação plena de que ela ficará guardada num espaço cativo na memória. É esse o caso de Deixe Ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008), filme muito bem dirigido pelo sueco Tomas Alfredson.

O enredo com o elemento “vampiro” pode certamente afastar os mais conservadores, que pensam ser mais um filme comum de gênero. Mas a surpresa é bem maior e digna de nota. Alfredson encena as regras típicas dessa mitologia de maneira tão íntima e tão frontal que nos parece fazer sentir que esses seres estão por aí, em qualquer calçada, prontos para serem cordiais. Longe da farofada Dawson´s Creek de Crepúsculo, Alfredson entrega ao espectador um filme especialíssimo que salta aos olhos pela sutileza, mesmo nos momentos onde o horror se mostra presente de modo mais explícito.

E é exatamente aí que o filme é elevado a outro patamar. Duas cenas, em especial, faz pensar o quanto um simples corte, ou a manutenção de um plano aberto é capaz de nos fazer tremer: a do senhor com a cara desfigurada que é mordido e lançado do oitavo (nono? décimo?) andar de um hospital, ou o tão acamado clímax na piscina, de fazer M. Night Shyamalan ficar azul de inveja. É a tal da construção de cena, ou mise-en-scène, usada em sua potência máxima.

2 comentários:

  1. Desde que amigo meu me recomendeu e eu vi o trailer q sou louco para ver esse. Me lembrou algum episódio do Tales From The Crypt!

    E falando em Shyamalan, eu não lembro o q vc pensa dele Murilo, mas eu vi esses dias A Vila e The Happening na tv pela primeira vez e...meu Deus do céu! Q finais TOSCOS! Ambos os dois! Pavorosos mesmo. Shyamalan tá virando uma sátira dele mesmo e nem tá reparando. Hora de mudanças pro amigo indiano.

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  2. Nao conhecia o filme, mas vou tentar ahcar para ver.Seu comentário me deixou bastante curioso.

    Abraços,
    André C.

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