quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A franqueza brutal de O Lutador

Um dos grandes injustiçados da noite do Oscar, domingo, sem dúvida alguma foi o novo filme de Darren Aronofsky, O Lutador. Claro que um pé atrás com o diretor depois de Fonte da Vida é natural, mas nada que justifique não premiar uma das atuações mais fortes e contidas dos últimos anos (jamais desmerecendo a estatueta para o também genial Sean Penn). Rourke ressurge impressionante na carreira numa entrega a um papel como pouco se viu. A luta com os grampos, ou mesmo o corte que ele de fato fez na testa numa cena, o soco na lâmina de um cortador de frios. Para se aplaudir. Elia Kazan chegou a dizer que um de seus testes, na época de estudante, foi um dos melhores que ele havia visto em 30 anos. Não é exagero dizer que o seu choro, aqui, para a filha, com o olhar fitando o vazio (“I´m a broken down piece of meat”, diz ele), tem algo da magia de Marlon Brando em Sindicato de Ladrões. E o que dizer do momento em que ele chama o moleque para jogar Super Nintendo? Tudo transpira uma franqueza brutal.

Um comentário:

  1. Murilo, aquelas cenas de luta são brutais e mudaram minha concepção sobre luta livre. Bela lembrança e analogia com o grande Brando. Abs!

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