segunda-feira, 27 de abril de 2009

Corrida Contra o Destino (1971)


Corrida Contra o Destino (Vanishing Point, 1971) é daqueles filmes cujo despojamento salta à tela. É vivo e pulsante desde a primeira sequência, que de cara me pareceu uma bela orquestração à Sergio Leone. É uma obra que corre livre narrativamente, um raro prazer. Richard C. Sarafian conduz o filme como um jazzista, digno do rhythm & blues que preenche a trilha sonora. É datado na sua pregação dos ideais hippies (a motoqueira nua), mas é um road-movie que certamente apadrinhou a primeira cria de Spielberg, Encurralado, outra pérola do cinema de ação dos Estados Unidos na década de 1970. Mas o filme de Sarafian ganha pela sua dinâmica de personagens, no caso o DJ cego Super Soul que aconselha e dedica músicas ao ex-corredor interpretado por Barry Newman, que trabalha para uma oficina mecânica em Colorado, e tem pouquíssimo tempo para entregar um Dodge Challenger branco em San Francisco.

Quentin Tarantino fez uma bela homenagem a este clássico em seu À Prova de Morte, infelizmente inédito no circuito comercial brasileiro (estreou nos EUA há exatos dois anos) nesse eterno mistério que ronda o mercado de distribuição do Brasil. Enfim, Sarafian aqui retrata a desilusão típica dos anos 70, a falência da contracultura norte-americana (Kowalski rejeita as propostas tentadoras da motoqueira) de uma maneira bem peculiar, especialmente na seqüência que se segue à batida final, onde os planos de reação diante dos destroços do carro soam especialmente amargos ao espectador, tudo ao som de Kim Carnes cantando Nobody Knows. Clássico.

Um comentário:

  1. Pensei ter visto um post novo seu chamado "Diane". hehehe.

    Eu devo ser o único cinéfilo trouxa esperando Death Proof estreiar nos cinemas brasileiros ainda sme ter visto. Dear Lord!

    E ainda preciso ver Vanishing Point. Eu vi um remake feito pra tv uns anos atrás com Viggo Mortensen e até que achei bacana. Imagina então o original!

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