Corrida Contra o Destino (Vanishing Point, 1971) é daqueles filmes cujo despojamento salta à tela. É vivo e pulsante desde a primeira sequência, que de cara me pareceu uma bela orquestração à Sergio Leone. É uma obra que corre livre narrativamente, um raro prazer. Richard C. Sarafian conduz o filme como um jazzista, digno do rhythm & blues que preenche a trilha sonora. É datado na sua pregação dos ideais hippies (a motoqueira nua), mas é um road-movie que certamente apadrinhou a primeira cria de Spielberg, Encurralado, outra pérola do cinema de ação dos Estados Unidos na década de 1970. Mas o filme de Sarafian ganha pela sua dinâmica de personagens, no caso o DJ cego Super Soul que aconselha e dedica músicas ao ex-corredor interpretado por Barry Newman, que trabalha para uma oficina mecânica em Colorado, e tem pouquíssimo tempo para entregar um Dodge Challenger branco em San Francisco.
Quentin Tarantino fez uma bela homenagem a este clássico em seu À Prova de Morte, infelizmente inédito no circuito comercial brasileiro (estreou nos EUA há exatos dois anos) nesse eterno mistério que ronda o mercado de distribuição do Brasil. Enfim, Sarafian aqui retrata a desilusão típica dos anos 70, a falência da contracultura norte-americana (Kowalski rejeita as propostas tentadoras da motoqueira) de uma maneira bem peculiar, especialmente na seqüência que se segue à batida final, onde os planos de reação diante dos destroços do carro soam especialmente amargos ao espectador, tudo ao som de Kim Carnes cantando Nobody Knows. Clássico.
Quentin Tarantino fez uma bela homenagem a este clássico em seu À Prova de Morte, infelizmente inédito no circuito comercial brasileiro (estreou nos EUA há exatos dois anos) nesse eterno mistério que ronda o mercado de distribuição do Brasil. Enfim, Sarafian aqui retrata a desilusão típica dos anos 70, a falência da contracultura norte-americana (Kowalski rejeita as propostas tentadoras da motoqueira) de uma maneira bem peculiar, especialmente na seqüência que se segue à batida final, onde os planos de reação diante dos destroços do carro soam especialmente amargos ao espectador, tudo ao som de Kim Carnes cantando Nobody Knows. Clássico.